Com papel fundamental para definir novos modelos de negócios, regulador vem sendo bem-avaliado pelo setor
A atuação do Banco Central do Brasil (BC) tem contribuído para fomentar a inovação financeira no Brasil. As mudanças regulatórias, ao longo dos últimos anos — e mais fortemente na última década —, possibilitaram o surgimento de novos modelos de negócios, contribuindo para aumento do ambiente de competição.
“A inovação que o Banco Central está trazendo com Open Finance, através da regulação, está permitindo que o mercado se reinvente com novos casos de usos, parcerias e empresas”, apontou Gustavo Lino, presidente da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (Init), ao participar de painel no evento virtual Digital Money Meeting, realizado pelo Tele.Síntese.
A Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos conta com 14 empresas filiadas. Ela tem como objetivo reunir e representar estas empresas na construção do Open Finance e do futuro dos serviços financeiros e de pagamentos no Brasil. “Por si só, o ITP já representa a inovação”, defendeu Lino.
Regulado em 2020 pelo Banco Central do Brasil, o Iniciador de Transação de Pagamentos (ITP) é uma modalidade de instituição de pagamento, que se soma aos demais prestadores de serviço de pagamento sob licença e supervisão do regulador, por exemplo, emissores de cartão de crédito, fornecedores de conta de pagamento pré-paga e maquininhas de cartão.
Parceria fortalecida
A inovação tem sido construída em conjunto entre o mercado e o regulador. “O Brasil é um dos países com uma forte atuação regulatória. O Banco Central está sempre à frente”, disse. Em Open Finance, por exemplo, o Brasil já serve de exemplo até para países que começaram a implementar o sistema financeiro aberto antes dele.
A regulação também mostra-se fundamental para conciliar inovação, segurança e rigidez financeira, tão necessárias para evitar a quebra sistêmica. A falência de uma empresa não pode impactar o sistema todo, argumenta..
Olhando para frente, as oportunidades virão da união dos universos de open finance, Pix, Drex, Banking as a Service (BaaS) e outros. “Surgem possibilidades para atender aos usuários de forma mais personalizada e simples”, disse Lino. Na avaliação do presidente da Init, quanto menos telas forem necessárias para o usuário concluir suas transações, mais fácil a conversão e melhores os resultados”, frisou Lino.
Adriano Meirinho, CMO e co-fundador da Celcoin, ressalta o trabalho do BC em estimular a inovação, sem descuidar do compliance. “O BC tem percorrido uma trilha de inovação coerente com o momento do país, respeitando as demandas do mercado e a necessidade dos clientes. E ainda tem exercido um papel muito diligente ao fazer cumprir as regras, tão necessárias para que todo o ecossistema tire proveito das inovações”, afirmou.
Estar em dia com todas as novidades e resoluções do Banco Central tem sido uma das dificuldades das empresas. “O mercado é altamente regulado. Não tem como atuar sem acompanhar a regulação desde o dia zero. Regulação no nosso mercado é produto, é core para todo mundo”, disse Gustavo Lino, da Init, para quem a regulação tem sido positiva e tentando não onerar os entrantes.