Simplicidade democrática leva o Pix ao topo no Brasil

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Pix: a simplicidade que conquistou o Brasil

Pix: meio de pagamento instantâneo alcança o primeiro lugar entre as marcas mais valorizadas no mercado brasileiro

Há quatro anos, quando o Banco Central do Brasil (BC) apresentou sua ferramenta de pagamento instantâneo, era difícil imaginar que o Pix se tornaria um pop star do segmento de finanças. Mas, a cada mês, o Pix ganha mais espaço no dia a dia dos meios de pagamento no Brasil, com uma combinação irretocável de inovação e democracia.

A popularidade do Pix se reflete em números. O meio de pagamento instantâneo criado pelo BC já é utilizado por mais de 154 milhões de pessoas e também está presente no cotidiano de cerca de 15 milhões de empresas. No total, são 800 milhões de chaves registradas.

Diariamente, o Pix é o protagonista de 227,4 milhões de operações. Até setembro de 2024, foram 5,5 bilhões de transações efetuadas com o meio de pagamento instantâneo, contra 3,8 bilhões registradas no mesmo período de 2023. Isso significa um aumento de 44%.

Somente no primeiro semestre de 2024, as operações feitas com Pix superaram a soma de todas as transações realizadas com demais meios de pagamento. Foram 29 bilhões de transações realizadas com Pix entre janeiro e junho de 2024. Já a soma de todas as operações envolvendo cartões de crédito, débito, pré-pago, boleto, TED e cheque alcançou 24,2 bilhões. Inegável ferramenta de inclusão financeira, o Pix tem sido também um parceiro dos pequenos negócios, viabilizando o capital de giro.

Em novembro, mais uma facilidade entra para a galeria do Pix, os pagamentos por aproximação. Segundo Roberto Campos Neto, presidente do BC, já é possível usar o Pix na wallet do Google. Agora, só resta o usuário querer usar a nova facilidade. 

O pagamento com Pix por aproximação por meio de wallet promete aumentar a comodidade nos pagamentos online, pois o cliente não precisará mais sair do ambiente de compras para efetuar a transação. 

Este ano, o Pix cravou mais um sucesso. Foi eleito, pela primeira vez, a marca mais forte no ranking nacional, de acordo com o estudo Marcas Fortes e Valiosas, realizado pelo grupo de publicidade global WPP, em parceria com as consultorias brasileiras Design Bridge and Partners e TM20 Branding.

O topo da fama do Pix puxou a conversa do Blog Celcoin com Marcelo França, CEO da Celcoin. Para França, o sucesso do Pix tem dois componentes: funcionalidade e timing. “Quando saiu do ambiente de inovação e chegou às ruas, o Pix solucionou a demanda por transações digitais no meio da pandemia de Covid-19. Foi um catalisador para a pulverização de fintechs que estavam prontas para disruptar o mercado”, diz França.

Blog Celcoin: O Pix torna-se mais popular a cada dia e vem dominando os espaços entre os meios de pagamento no Brasil. A que você atribui esse sucesso?

Marcelo França: O sucesso do Pix tem dois componentes: as funcionalidades e o timing. Divido a funcionalidade em três partes: simplicidade, disponibilidade e custo zero. O Pix provocou uma quebra de paradigma. 

Antes do Pix, realizar uma transferência envolvia número de conta e CPF do destinatário, agora, basta uma chave. Quando não havia Pix, havia restrições de horário para fazer uma transação. Hoje, elas podem ser feitas a qualquer tempo, 24×7, e sem custos para o usuário final. O Pix quebrou paradigmas de uma forma mais simples, disponível e barata.

O segundo ponto é o momento em que ele foi lançado, no meio da pandemia de Covid-19. Havia um recorde de numerário na indústria. O Governo havia pago cerca de R$ 350 bilhões em auxílio emergencial, ou seja, muito dinheiro para ser digitalizado. 

Esse momento coincidiu com a chegada de fintechs que estavam prontas para disruptar o mercado. Grandes fintechs, bem capitalizadas e que estavam esperando esse catalisador, que foi o Pix. Funcionalidade e timing são os responsáveis pelo sucesso do Pix na velocidade que foi. Talvez, em outro momento, haveria sucesso também, mas a explosão teve uma contribuição por conta do momento em que ele surgiu.

Blog Celcoin: Qual é o papel do Pix no desenvolvimento do ecossistema de fintechs no Brasil?

Marcelo França: O Pix é um dos elementos da agenda BC+, que estimula a competitividade. O BC já havia lançado a figura da Instituição de Pagamento (IP), então, com esse arcabouço, foi possível fomentar a criação de fintechs, que estavam prontas para disruptar os incumbentes. 

Houve uma combinação da inovação disponível com a necessidade da população brasileira de fazer transações digitais, pelas limitações de deslocamento trazidas pela pandemia. 

Essa demanda continuou se expandindo e coincidiu com o movimento de chegada das fintechs ao mercado financeiro, oferecendo mais simplicidade nas transações, que é muito diferente do ambiente de um banco grande.

No momento anterior à chegada do Pix e das fintechs, uma TED, um DOC ou um boleto — operações feitas em um banco grande — tinham uma navegação mais dura. Aí surgiram as fintechs com novas experiências para o usuário, mais fáceis de adotar e mais baratas. Quando o Pix foi incorporado a esse ambiente, houve uma explosão de acessos.

Blog Celcoin: O Pix pode ser considerado mais popular que ferramentas de pagamento instantâneo lançadas em outros países?

Marcelo França: Os números do Pix apontam um crescimento muito explosivo. Definitivamente, o Pix promoveu muito a inclusão financeira no Brasil. Com ele, 70 milhões de brasileiros fizeram sua primeira transação digital. Os números são muito fortes.

Mas vejo que cada região está resolvendo de uma forma diferente. Nos Estados Unidos (EUA), agora, está vindo uma agenda do FedNow. Criado pelo Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, o FedNow entrou em testes em setembro de 2022. 

Também no mercado dos EUA, vimos as iniciativas de algumas startups fazerem uma espécie de Pix, como aconteceu com o Zelle, que funciona para o mercado privado, e o Venmo, que pertence ao PayPal.

Na Índia, vimos o grande sucesso do UPI (Unified Payment Interface), que facilita as transferências bancárias instantâneas por meio de celulares conectados à internet. Funciona de uma forma muito semelhante ao Pix, acho que teve inclusive muita inspiração na nossa ferramenta.

Então, cada região resolve a questão dos pagamentos instantâneos de uma determinada forma. Na China, predominam grandes wallets. Cada lugar foi avançando de um jeito.

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