A maioria dos habitantes do G10 favelas, grupo de comunidades com maior potencial econômico do país, tem conta bancária e usa aplicativos para fazer suas movimentações financeiras. Essa população também aderiu rápido ao uso do Pix para receber dinheiro, e um terço já usa bancos digitais. Esses dados foram revelados por um levantamento que acaba de ser divulgado pelo Outdoor Social Inteligência®, instituto de pesquisa voltado para a classe C.
Segundo Emília, foi uma surpresa ouvir os entrevistados citando fintechs recém-lançadas. Entre os dez bancos mais utilizados pelos moradores do G10, cinco são fintechs. “Fomos até pegos de surpresa ao ver que algumas fintechs recém-lançadas foram citadas pelos entrevistados”, [MMCC1] [SL2] diz Emília.
A digitalização é uma tendência apontada pelos habitantes do G10. Dos 86% que afirmam ter conta bancária, 30% têm conta digital e 34% usam Pix para receber dinheiro. A pesquisa revela que 72,5% dos entrevistados acessam o banco pelo aplicativo e apenas 39,7% preferem ir presencialmente à agência.
As maquininhas também foram citadas como meio de receber pagamentos por 18% dos entrevistados. Embora 55% ainda afirmem receber seus pagamentos em cédulas, Emília observa que a adesão do Pix avança entre microempreendedores. Entre as regiões brasileiras, a maior adesão ao Pix está no Nordeste (36%), seguido do Sudeste (34%), Sul (32%) e Norte e Centro Oeste (31%).
Os dados revelados pelo Outdoor Social Inteligência® mostram o potencial da nova economia nas favelas, que vem se tornando um ambiente cada vez mais fértil para o empreendedorismo digital e os novos ecossistemas de meios de pagamento. Um bom estímulo para que fintechs e empreendedores digitais inovem na direção dessas comunidades. Talvez a comemoração de mais um Dia da Favela, 4 de novembro, data reconhecida internacionalmente desde 1900, segundo a Central Única das Favelas (Cufa), possa dar mais um passo rumo à digitalização de negócios mais sustentáveis e inclusivos.
Sobre o levantamento
O Outdoor Social entrevistou 435 pessoas nas cinco regiões do Brasil, sendo 60% homens e 40%, mulheres. Com relação à faixa etária, 25,6% têm entre 18 e 24 anos; 27,5% estão na faixa de 25 e 34 anos; 23,7% têm entre 35 a 44 anos; 13%, de 45 e 54 anos, e 10% apresentam mais de 55 anos.
Do total de participantes do levantamento, 19% afirmam trabalhar como autônomos, 18% trabalham no setor de serviços, 14% são microempreendedores, 12% atuam no comércio, 14% estão desempregados. A minoria se apresentou como aposentado (4,8%) e funcionário público (4,2%).
Os entrevistados são moradores das seguintes comunidades: Belém (PA): Baixada Nova Jurunas, Condor/ Manaus (AM): Cidade de Deus/ Fortaleza (CE): Pirambú/São Luís (MA): Coroadinho/ Recife (PE): Casa Amarela/ Salvador (BA): Complexo de Amarelinha/ Brasília (DF): Sol Nascente/ Belo Horizonte (MG): Aglomerado da Serra/ Rio de Janeiro (RJ): Rocinha, Rio das Pedras/ São Paulo (SP): Heliópolis, Paraisópolis/ Curitiba (PR): São Domingos Agrícola/ Porto Alegre (RS): Cruzeiro do Sul.