Cartões são cadastrados virtualmente sem preocupação com a segurança

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No Brasil, segundo os números da Serasa, 70% da população bancarizada têm três ou mais cartões de crédito. No entanto, a maioria desses usuários não sabe como fugir das armadilhas virtuais e ainda desconhece as ferramentas digitais que garantem proteção a fraudes. Com relação às compras no e-commerce, a maior parte dos usuários não se importa em compartilhar dados pessoais para efetuar compras e liberar acesso a serviços digitais.

Dois em cada dez brasileiros afirmam já terem sofrido fraudes on-line com relação ao uso do cartão de crédito. Quase metade dos usuários de cartão de crédito no Brasil (48%) já cadastrou seu meio de pagamento em sites e aplicativos sem se preocupar com riscos de ciberataques. Na América Latina, brasileiros e argentinos estão no topo do ranking dos usuários que deixam os dados de meios de pagamentos salvos em serviços online.

Esses dados fazem parte do estudo Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas, realizado pela Kaspersky. Apresentado na primeira quinzena de outubro deste ano, o estudo foi realizado virtualmente entre outubro e novembro de 2021. Foram 2.326 respondentes residentes em seis países da América Latina: Argentina (392), Brasil (382), Chile (382), Colômbia (390), México (386) e Peru (394). Participaram homens e mulheres, entre 20 e 65 anos. Todos usuários de dispositivos (computadores, smartphones, tablets, entre outros).

Fabio Assolini, diretor da Equipe de Pesquisa e Análise da Kaspersky para a América Latina, observa que uma das formas mais comuns de ser hackeado é confiar cegamente em um site, depositando ali os dados de cartão de crédito. Segundo Assolini, os criminosos preferem o ataque direto a empresas com muitos clientes, porque conseguem capturar uma quantidade maior de cartões para usarem em operações fraudulentas. 

“Um exemplo conhecido são os ataques do grupo Magecart, que conseguem infectar sites e capturar números de cartão no momento em que são digitados. Outro exemplo é o grupo brasileiro Prilex, que infecta estabelecimentos comerciais e realiza transações fantasmas nos cartões das vítimas”, explica Assolini.

 

Adoção de hábitos seguros exige mudança de cultura

 

Na análise de Assolini, a população, de um modo geral, não presta atenção em comunicados oficiais de empresas alertando sobre riscos. Ele alerta que é necessária uma mudança de cultura. 

“É uma cultura que temos que mudar, as pessoas precisam tomar medidas mínimas para se protegerem. Em caso de ciberataque, o cliente final não tem responsabilidade, mas ele pode ter prejuízos e tem a oportunidade de evitá-lo”, explica Assolini.

Na relação do internauta com seus próprios dados, a maioria das pessoas afirma não saber evitar a coleta de dados e desconhece as ferramentas que podem ser utilizadas para esse fim. Alguns participantes do estudo manifestaram preocupação com dados pessoais de filhos publicados nas redes sociais. Entre os usuários latino-americanos, há uma parcela que não sabe diferenciar uma página real de um site falso

Quando o tema é vazamento de dados e privacidade, brasileiros e colombianos apresentaram mais conhecimento sobre a existência de leis de proteção de dados pessoais que outros habitantes da América Latina. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, mais conhecida como LGPD, aprovada em 2018, entrou em vigor em setembro de 2020. 

De acordo com o estudo, quando os usuários sabem de casos envolvendo vazamento de dados, a maioria toma alguma atitude. A mais frequente é a mudança de senha de e-mails, redes sociais, sites de e-commerce e aplicativos. Somente os argentinos afirmaram trocar também as senhas de acesso aos sites que dão acesso à movimentação de contas bancárias.

Para conferir o conteúdo completo da pesquisa Impressões Digitais e sua relação com as pessoas e as empresas, basta clicar aqui.

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