Um relatório recente do Banco Mundial – Fintech and the Future of Finance – explora as mudanças realizadas no setor de serviços financeiros e destaca a necessidade dos formuladores de políticas de enfrentarem novos desafios e apoiarem a inovação responsável.
Primeiro, houve um aumento na parcela de adultos que usam contas digitais, crescendo 30% entre 2011 e 2021 e alcançando os 71%. 57% da população total realiza pagamentos digitais, 22% a mais do que em 2014, valor que se deve ao desenvolvimento das fintechs.
No caso das mulheres, dados indicam que a revolução digital possibilitou o aumento da autonomia e da sua posição dentro da família, já que elas podem acessar os seus recebimentos e solicitar créditos sem depender de terceiros para controle de suas finanças.
O incentivo e o impacto das fintechs na economia
Está comprovado que as fintechs estão oferecendo grandes oportunidades para a população, incluindo enviar e receber pagamentos com segurança e realizar investimentos por meio de poupança, crédito e seguros. Além disso, elas superam barreiras geográficas, físicas e sociais e democratizam o acesso à informação para consumidores e provedores. Dessa forma, os formuladores de política beneficiam o desenvolvimento de fintechs com o objetivo de promover a inovação e o crescimento da economia digital.
O avanço tecnológico também está permitindo às fintechs e às empresas de comunicação expandirem os seus serviços de pagamento e concorrerem diretamente com bancos e seguradoras tradicionais: aplicativos permitem a concessão de empréstimos e startups oferecem softwares e APIs para pagamentos de empresas. A possibilidade de venda online, principalmente durante a pandemia da Covid-19, fortaleceu ainda a operação de pequenos e médios varejistas neste meio, necessária como solução às restrições de mobilidade.
Apesar do momento de desafios devido a uma crise econômica e à dificuldade de crescimento econômico em países de todo o mundo, o fornecimento de serviços financeiros a cerca de 1,4 bilhão de pessoas que sequer possuem contas bancárias e dezenas de pequenas e médias empresas é uma solução significativa para apoiar a atividade empreendedora global.
O próprio Banco Mundial aconselha que os formuladores de política alinhem as estruturas de supervisão e regulamentação com os objetivos de inovação, inclusão, concorrência, integridade e estabilidade, atentando-se à proteção do consumidor e ao incentivo da revolução tecnológica, na busca de um equilíbrio.