O Open Banking tornou-se destaque nas finanças desde sua largada inicial, em fevereiro de 2021. O uso e o compartilhamento de dados e de informações bancárias entre instituições permitiu maior integração e facilidade no uso dos mais diversos serviços financeiros pela população brasileira.
Idealizado no Reino Unido, o Open Banking foi implementado em quatro fases no Brasil, tendo o projeto finalizado em dezembro de 2021. Segundo o vice-presidente de negócios da GFT Brasil, Sérgio Favarin, mais de 800 instituições entre bancos, corretoras e seguradoras contribuíram para o crescimento do sistema no país.
“O projeto no Brasil foi audacioso comparado ao resto do mundo. As dimensões continentais e a imensa população criaram diferentes demandas. Somente no primeiro ano de atividade, quase 15 milhões de pessoas bancarizadas já se encontravam no sistema. O mesmo só ocorreu no Reino Unido após 5 anos do início das atividades.”
O Open Banking permite maior liberdade e poder de decisão para os clientes em relação aos produtos e serviços financeiros, com menores custos e maior transparência. Já as instituições financeiras ganham mais chances de gerar novas fontes de receita, atender novos grupos de consumidores e se tornar mais competitivas no mercado por meio de soluções personalizadas.
Entretanto, parte da população ainda é resistente à adesão ao Open Banking. Um dos principais motivos é a falta de conhecimento sobre o termo, gerando desconfiança no compartilhamento de dados. Uma outra questão é o receio do uso inadequado dessas informações e o risco de invasão de sistemas, algo contraditório, já que a iniciativa permitiu maior segurança e prevenção às fraudes.
Isso mostra a necessidade de construir uma relação de confiança com o cliente, para superar todo o preconceito relacionado ao medo do compartilhamento de informações pessoais com as instituições financeiras. Por isso também, 71% dos países já possuem leis de privacidade de dados em vigor, de acordo com a UNCTAD. No Brasil, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi instaurada e está em funcionamento desde 2018.
Evolução do Open Banking no Brasil
A primeira fase dessa implementação aconteceu em fevereiro de 2021, com a disponibilização de informações padronizadas sobre os serviços e as instituições financeiras para que os clientes escolhessem o que melhor atendesse às suas necessidades. Isso resultou em 99,67% de aproveitamento das APIs e mais de 26 milhões de integrações entre os participantes do sistema, segundo informações do Banco Central.
Já em agosto do mesmo ano, a principal implementação da segunda fase foi o compartilhamento de dados dos usuários de serviços financeiros, mediante a sua autorização e à LGPD, relativos ao histórico bancário. Isso permitiu que as ofertas realizadas pelos bancos fossem personalizadas de acordo com as suas preferências e demandas.
Dois meses depois, a terceira fase simplificou o acesso às funcionalidades financeiras, a partir do Iniciador de Pagamentos (ITP) e do Pix. Assim, passou a ser possível realizar transações fora do aplicativo bancário. Outra ferramenta foi o encaminhamento de crédito, que permitiu o envio de várias ofertas relacionadas a empréstimos e financiamentos.
No final de 2021 surgiu o Open Finance, que teve a Celcoin como pioneira em sua implementação no Brasil. Por meio dessa quarta fase do Open Banking, a personalização de ofertas passou também a abranger outras aplicações financeiras, como produtos de investimento, seguros, câmbio e previdência.
Foi gerado também novos entendimentos sobre os clientes, em que a Celcoin propôs o armazenamento de dados bancários, dados cadastrais, operações realizadas em determinado período e demais informações de históricos com armazenamento em um único ambiente, atrelado a uma infraestrutura de motor de analytics inteligente para avaliar o perfil dos clientes. Sempre com chaves criptografadas, alinhamento à LGPD e uma integração simplificada e personalizada, para garantir uma segurança ainda maior e atender empresas de todos os segmentos.
O Open Finance ainda está em fase de crescimento e, hoje, comemora a marca de 23,4 milhões de consentimentos únicos conquistados através das instituições autorizadas. Este cenário permite o desenvolvimento de novos modelos de negócios e serviços que melhoram a experiência do cliente e impulsionam a inovação, permitindo maior compartilhamento e colaboração de dados. Tudo isso para uma hiper-personalização das ofertas e a democratização do sistema bancário no país.