Sistema financeiro aberto pode injetar R$ 94 bilhões em financiamentos para pessoa física

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A ampliação da oferta de crédito no Brasil é uma das principais apostas do Banco Central a partir da expansão do Open Banking. A possibilidade de inclusão no mercado de crédito motivou a Serasa Experian a pesquisar como esse potencial poderia ser traduzido em números na economia brasileira.

Um dos achados do estudo mostrou que, nos próximos cinco anos, o Open Banking pode movimentar na economia brasileira cerca de R$ 94 bilhões em crédito para pessoa física.

Durante o Febraban Tech, realizado de 9 a 11 de agosto em São Paulo, Leonardo Enrique, head de Open Banking da Serasa Experian, destacou a importância de identificar as necessidades de crédito de cada pessoa em vários momentos da sua vida.

“Temos que ofertar produtos e serviços no momento em que faça sentido para o consumidor. Então, a identificação do micro momento de cada pessoa é tão importante quanto a identificação dos produtos que podem ser ofertados para ela”, diz Enrique.

De acordo com o estudo da Serasa, o setor imobiliário, principalmente a fatia relacionada ao financiamento de imóveis, poderia provocar o maior impacto na concessão de crédito nos próximos cinco anos. Esse montante gira em torno de R$ 30,4 bilhões. Enrique ressalta que o Open Banking tem um papel fundamental no aumento dessa oferta de crédito.

“O sonho de uma grande parcela da população brasileira é a conquista da casa própria. Em 2021, foram disponibilizados pelas instituições financeiras R$ 815,2 bilhões em linhas de crédito para a compra de imóveis. Com o Open Banking, o aumento pode ser de 3,7% para o mercado imobiliário no período de cinco anos”, avalia Enrique.

Menos burocracia

Na visão do head de Open Banking da Serasa Experian, os dados gerados pelo consentimento de clientes no Open Banking podem ser transformados em análises acuradas, ampliando a probabilidade dos consumidores de terem acesso a um crédito imobiliário.

“Além de beneficiá-lo com uma análise mais rápida e menos burocrática, mais volume de crédito destinado à pessoa física eleva o poder de compra, impactando diretamente o crescimento econômico do país”, completa.

No Open Banking, ou sistema financeiro aberto, o compartilhamento de dados cadastrais e transacionais só acontece se houver o consentimento de clientes para o compartilhamento das informações.

O controle de quem terá acesso aos dados e por quanto tempo é exclusivamente do consumidor de serviços financeiros. O compartilhamento dos dados só pode ser realizado entre os participantes desse ecossistema (instituições financeiras, instituições de pagamento e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central).

“A modalidade é capaz de ajudar muito as instituições participantes e o consumidor final pelo acesso ao crédito. Mas o sucesso da iniciativa no país depende de as instituições serem capazes de oferecer uma proposta de valor clara ao consumidor, a fim de fazê-lo entender os benefícios de sua adesão”, afirma Enrique.

Sobre o estudo

Realizada em junho de 2022 pela Serasa Experian, a Pesquisa Impactos do Open Banking no Mercado de Crédito fez uma análise das estatísticas de instituições financeiras fornecidas ao Banco Central para fins exclusivos de monitoramento do crédito. Essa verificação foi combinada às informações de uma amostra representativa de consumidores inscritos no Cadastro Positivo em todas as regiões brasileiras.

Segundo a Serasa, “o recorte presente no potencial máximo do estudo considerou o exemplo da adesão do Open Banking no Reino Unido que identificou uma aderência de 20% da população bancarizada no país até o quinto ano da implementação da iniciativa e comparou a métrica com a realidade do Brasil”.

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