Crédito em 2025: com crescimento de carteiras, mercado já espera alta na faixa de dois dígitos
A expectativa dos bancos com relação às carteiras de crédito em 2025 está mais otimista. Se o cenário mais positivo se concretizar, não está descartada uma nova alta do crédito na faixa de dois dígitos no ano que vem.
Até o fim deste ano, ainda é esperado um crescimento para a carteira de crédito, que deve fechar o período na faixa de 10,5%. Esse movimento é reflexo de índices de inadimplência mais retraídos, aumento da renda das famílias e novos programas de acesso ao crédito anunciados em 2024.
Entre essas iniciativas, está o Programa Acredita, lançado pelo Governo Federal no primeiro semestre de 2024, com foco no pequeno empreendedor. O programa foi estruturado para que as empresas de menor porte tenham acesso a crédito com taxas de juros diferenciadas.
Diante da perspectiva de que a atividade econômica e o mercado de trabalho permaneçam aquecidos em 2025, os bancos apontam um cenário mais promissor para o crédito no próximo ano. Para os analistas do mercado, há uma melhora com relação às projeções de aumento do crédito durante 2025.
As análises indicam uma elevação da carteira total de 9,1% para 9,3%, impulsionada pela melhora na faixa com recursos livres (de 8,9% para 9,2%). A projeção foi ressaltada pela Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, realizada com 17 bancos, entre 13 e 19 de novembro.
Segundo avaliação de Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as expectativas estão mais positivas na análise do cenário de 2025, disse o executivo por meio de nota ao mercado. Sardenberg observa que os resultados apontados pela pesquisa reforçam a perspectiva de expansão do crédito na faixa de dois dígitos neste ano, em razão de um ambiente que favorece o crescimento da atividade econômica e o mercado de trabalho mais aquecido do que o esperado.
“Já para 2025, as expectativas podem ser consideradas positivas, com crescimento projetado de um dígito alto, apesar do novo ciclo de aperto monetário. A sensação é que, no caso de uma redução da incerteza fiscal e, consequentemente, uma elevação mais contida da taxa Selic, poderíamos ter uma nova alta do crédito na faixa de dois dígitos no ano que vem”, observa o diretor da Febraban em nota sobre o relatório da Pesquisa.
Inadimplência mais controlada
A edição de novembro da Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas também avaliou o comportamento da inadimplência. A tendência agora confirma uma leve alta, quando comparada com a avaliação dos bancos registrada na pesquisa realizada pela Febraban, após a divulgação da ata da reunião realizada em 17 e 18 de setembro pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BCB).
Agora a pesquisa mostra uma projeção para a inadimplência de 4,5% para 2024 e 2025. Na edição anterior da pesquisa, as expectativas eram 4,4% e 4,3% respectivamente.
Não está prevista, porém, uma nova alta; o cenário indica estabilidade. Segundo os dados da pesquisa, “a expectativa é que a inadimplência da carteira Livre fique estável a partir de agora (ficou em 4,5% no dado de set/24 do BC) ante expectativa de continuidade do ciclo de queda”.
Em nota direcionada à imprensa, Sardenberg observou que os índices de inadimplência devem ser acompanhados.
“Neste sentido, algo que devemos continuar observando com atenção são os índices de inadimplência, especialmente das famílias e das micro, pequenas e médias empresas, diante do novo ciclo de alta dos juros, que pode comprometer este cenário positivo observado no mercado de crédito até o momento”, ressalta Sardenberg.