As insurtechs, startups que combinam tecnologia com o setor de seguros, estão revolucionando a forma como os serviços de proteção financeira são oferecidos e geridos.
Essa transformação é impulsionada por inovações tecnológicas que buscam atender às demandas de um consumidor cada vez mais exigente e conectado. O uso de inteligência artificial, big data, blockchain e soluções automatizadas têm permitido que essas empresas ofereçam produtos mais personalizados, eficientes e acessíveis.
A revolução das insurtechs
As insurtechs têm se destacado por sua capacidade de modernizar o mercado de seguros, introduzindo soluções que melhoram a experiência do cliente e reduzem custos operacionais. Por exemplo, a utilização de inteligência artificial (IA) permite a automação de processos, como a análise de sinistros e a personalização de apólices, aumentando a agilidade no atendimento ao cliente. Além disso, tecnologias como blockchain possibilitam a criação de contratos inteligentes, que garantem maior segurança e transparência nas transações.
Outro aspecto importante é o conceito de Embedded Insurance, ou “seguros integrados”, que permite ao consumidor contratar apólices diretamente em plataformas digitais ou produtos do dia a dia, sem a necessidade de buscar seguradoras separadamente. Esse modelo não apenas simplifica o processo, mas também amplia o acesso a seguros para um público mais diversificado.
Com o uso de big data, inteligência artificial, blockchain e IoT (Internet das Coisas), as insurtechs conseguem criar produtos mais eficientes e adaptados às necessidades dos consumidores. A automação de processos tem permitido uma redução significativa no tempo de emissão de apólices e na análise de sinistros, desafiando as seguradoras tradicionais a se modernizarem para permanecerem competitivas.
Outro exemplo prático dessa inovação é a utilização de chatbots para atendimento ao cliente. Com essa tecnologia, os segurados podem obter informações e resolver problemas rapidamente, sem a necessidade de interações prolongadas com atendentes humanos. Além disso, a análise preditiva permite que as seguradoras ajustem suas ofertas com base no comportamento dos usuários, criando produtos sob demanda que atendem a situações específicas.
O crescimento das insurtechs
Nos últimos anos, o Brasil se destacou como um dos principais polos de insurtechs na América Latina. De acordo com o Insurtech Report 2024 da Distrito, o país concentra 57% das insurtechs da região, com investimentos que somam US$ 553,8 milhões entre 2018 e 2024. O ano de 2021 foi particularmente notável, com US$ 305,6 milhões captados em investimentos, refletindo um crescente interesse por soluções inovadoras no setor.
Esse crescimento é impulsionado por uma mudança no perfil do consumidor, que busca produtos mais personalizados e acessíveis. As insurtechs respondem a essa demanda com soluções que quebram as barreiras tradicionais do mercado de seguros. Por exemplo, há empresas que utilizam inteligência artificial e análise de dados para oferecer cotações rápidas e transparentes, melhorando a experiência do usuário.
Avanços no mercado de seguros com insurtechs
A expansão das insurtechs no Brasil, país líder do setor na América Latina, reflete a crescente demanda por seguros mais acessíveis e personalizados.
Além disso, a IA tem sido um divisor de águas, especialmente na análise de riscos e precificação dinâmica de seguros. No Brasil, já há empresas que aplicam conceitos como “continuous underwriting”, ajustando apólices em tempo real com base em dados contínuos. Isso torna o mercado mais competitivo, beneficiando tanto seguradoras quanto consumidores.
O papel do OpIN na transformação do setor
O OpIN (Open Insurance Network) surge como uma plataforma fundamental para apoiar essa revolução no setor de seguros. Ele promove um ambiente onde dados podem ser compartilhados entre diferentes players do mercado, seguradoras e insurtechs credenciadas, facilitando a personalização dos serviços e a inclusão de consumidores antes desassistidos, aumentando, assim, a competitividade. Com a implementação do Open Insurance no Brasil, as insurtechs poderão acessar informações que permitirão desenvolver produtos ainda mais ajustados às necessidades dos consumidores.
Por meio do Open Insurance, espera-se que até 2025 o setor registre um aumento significativo de novos players e serviços digitalizados, o que pode atrair milhões de brasileiros ainda sem qualquer tipo de cobertura.
Além disso, a regulamentação brasileira tem se mostrado favorável ao crescimento das insurtechs. Mudanças como a Resolução Susep 381/2020 e a Lei das Startups (LC 182/2021) têm criado um ambiente propício para inovações no setor. A implementação do Open Insurance deve ser concluída em breve, permitindo um aumento significativo na competitividade do mercado.
Ressalta-se ainda que o OpIN estimula parcerias entre insurtechs e corretores tradicionais, criando um ecossistema colaborativo que beneficia todos os envolvidos. Essa colaboração é fundamental para que os corretores possam oferecer soluções inovadoras e adaptadas ao perfil dos clientes, aproveitando as tecnologias disponíveis.
Desafios e oportunidades
Apesar dos avanços significativos proporcionados pelas insurtechs, ainda existem desafios a serem superados, como adaptação regulatória, concorrência acirrada e a necessidade de educar o consumidor sobre o valor dos seguros. No entanto, com tecnologias emergentes, como a automação de processos e o uso estratégico de IA, o setor segue otimista.
A resistência à mudança por parte das seguradoras tradicionais e questões relacionadas à segurança dos dados também são preocupações que precisam ser abordadas. No entanto, as oportunidades são vastas. A modernização do setor pode resultar em uma experiência do cliente muito mais satisfatória e em uma democratização do acesso aos seguros.
Em resumo, as insurtechs estão não apenas transformando o mercado de seguros com suas inovações tecnológicas, mas também redefinindo o papel dos corretores e das seguradoras tradicionais. O suporte do OpIN é fundamental para garantir que essa transformação ocorra de maneira eficaz e benéfica para todos os stakeholders envolvidos. O futuro promete ser cada vez mais conectado e acessível, refletindo as necessidades do consumidor moderno em um mercado em constante evolução.