Segundo a pesquisa Financiamento dos Pequenos Negócios no Brasil, do Sebrae, 61% dos microempreendedores que investiram em suas empresas utilizaram seu cadastro de pessoa física para realizar empréstimos e outros financiamentos. Desde 2013, é inédito esse número ultrapassar o percentual de créditos concedidos a PJs.
Esse cenário tem uma relação direta com o crescimento de microempreendedores individuais (MEIs) na economia brasileira, além da restrição das matrizes de financiamento. Entre os pequenos empreendimentos abertos em 2022, 5,2 milhões (ou 78% do total) são classificados como MEIs. Além disso, 73% dessa classe utilizou o crédito pessoal.
Vale ressaltar que o grau de escolaridade e o conhecimento em finanças está diretamente conectado a essa decisão. Segundo o presidente do Sebrae, Carlos Melles, “quanto maior o nível de escolaridade, maiores são as chances de o empreendedor usar os caminhos convencionais para buscar crédito para a empresa”.
Dessa forma, o estudo também apresentou que, no grupo de empresários pós-graduados, 62% deles utilizaram a conta jurídica em busca dos financiamentos, enquanto apenas 33% dos empreendedores com ensino fundamental realizaram a mesma escolha. No caso de empresas de pequeno porte (EPPs), os empresários dividiram as escolhas entre as pessoas física e jurídica.
Apesar disso, a aquisição de crédito também se tornou mais difícil nos últimos três anos, aumentando essa dificuldade de 63% para 84%. Os principais motivos são a garantia real, taxa de juros alta e a ausência de avalista responsável. Sendo assim, Melles aconselha a separação entre os gastos pessoais e o planejamento da empresa:
— Confundir a gestão da empresa e da pessoa física é um dos maiores erros que os empresários podem cometer. Isso torna o controle do orçamento da empresa praticamente impossível e pode comprometer seriamente a saúde financeira do negócio.