Referência e líder global em Open Finance, o Brasil caminha para a segunda fase do Open Insurance. Estando em vigor de 1º de março até 15 de junho de 2023, essa etapa está focada na aprimoração de alguns requisitos na estrutura de governança, responsável pela implementação do sistema de finanças abertas no país.
Essa questão também está presente na regulamentação de outros países, o que pode fazer com que o Brasil se diferencie no mercado global. O país já possui estrutura de governança adequada, ambiente de regulamentação para testes controlados e atendimento à conformidade de compartilhamento de dados.
A Resolução nº 294 altera tópicos da Resolução nº 32, melhorando as definições sobre o diretório de integrantes e as responsabilidades pelo gerenciamento das informações, bem como o que é preciso a anuência prévia do BC em caso de exclusão de qualquer instituição participante do Open Finance ou de exclusão de modalidades de participação.
Perspectivas do Open Insurance
O Open Insurance está relacionado ao compartilhamento de dados entre instituições de seguros aprovadas e credenciadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), por meio da abertura e da integração de sistemas, com privacidade e segurança.
Na atual segunda etapa, os consumidores poderão autorizar que as informações relacionadas ao seu cadastro e produtos — como o histórico de pagamento, as coberturas contratadas e os sinistros ocorridos — sejam compartilhadas entre as seguradoras. A princípio, serão compartilhados apenas dados cadastrais e de seguros residenciais.
Aos poucos, mais modalidades serão liberadas, como dados relativos a seguros de vida e de automóveis, até o final da etapa em 15 de junho de 2023. A última fase, portanto, marca o início da etapa de serviços e também o início da integração com o Open Banking, a partir da Sociedade Processadora de Ordem do Cliente (SPOC), semelhante ao Iniciador de Pagamentos (ITP). Todas as aquisições estarão disponíveis em um só sistema.
Segundo o estudo “Perspectivas do Open Insurance”, realizado pela consultoria Oliver Wyman, quase 40% dos 3 mil brasileiros entrevistados estão abertos a compartilhar os seus dados de transação de seguros e outros 40% considerariam compartilhar seus dados com outras companhias de seguros, caso isso gere melhores ofertas de serviços.
Dessa forma, a relação entre as seguradoras e os segurados se tornará mais próxima e direta, possibilitando a oferta de novos produtos e a redução de custos. Assim como o compartilhamento de dados vai permitir melhor experiência na jornada de compra e oferecimento de serviços específicos que atendam às necessidades dos clientes.
O Banco Central prevê que o Open Insurance e o Open Investment estarão em total operação até o final de 2023, completando junto com o Open Banking a consolidação do Open Finance no Brasil.
Próximos passos do Open Finance
O Brasil permanece consolidando o novo modelo de Open Finance com avanços na regulação, acesso a novas fontes de dados, maior adesão por instituições financeiras e usuários, comercialização de novos produtos e serviços, além de novas trilhas de pagamento.
De acordo com dados da consultoria Oliver Wyman, 60 milhões de pessoas irão aderir ao sistema até 2025 no Brasil. No início deste ano, já eram 15 milhões de usuários ativos do Open Finance e um dos principais desafios é informar à população quais são as vantagens de estar inserido nesse universo.
O Iniciador de Transação de Pagamentos (ITP), já oferecido pela Celcoin, continua sendo uma das apostas para 2023, principalmente após a ótima adesão ao Pix. A tendência é que essa forma de pagamento simplifique a jornada do cliente, já que não é necessário abrir um aplicativo do banco para realizar uma transação, principalmente entre pessoas físicas e jurídicas.
O ITP também permite que o usuário realize agendamentos de Pix por um período de até 1 ano e cancele em situações como pagamento não concluído e até mesmo suspeita de fraudes.