Uma fatia relevante dos pagamentos que eram feitos em dinheiro passaram a ser feitos por Pix, com queda na proporção de pagamentos feitos em dinheiro e aumento do uso de meios de pagamento eletrônicos
A inclusão financeira aumentou, o uso do dinheiro para realização de pagamentos pela população brasileira diminuiu e o Pix firmou-se como meio de pagamento preferido dos brasileiros. Esses foram alguns dos apontamentos revelados na 2ª edição da pesquisa “O brasileiro e os hábitos de uso de meios de pagamento”, publicada pelo Banco Central do Brasil (BC), na última semana de novembro.
O porcentual de pessoas que usam dinheiro manteve-se estável, mas a parcela da população que usa meios eletrônicos de pagamento subiu significativamente. Em apenas três anos, o Pix se firmou como o meio de pagamento eletrônico com o maior percentual de utilização pela população.
Entre os principais destaques, a pesquisa apontou que 87,6% dos brasileiros possuem conta em instituição financeira, dez pontos percentuais a mais do que em 2019. Com relação ao uso do Pix, 83% das pessoas utilizam o meio de pagamento instantâneo, que já ultrapassou os cartões de débito (75%) e de crédito (63%) na preferência dos usuários.
O Pix só não é maior que o pagamento em espécie, mas o uso do dinheiro para realização de pagamentos caiu 36 pontos percentuais entre a primeira e segunda pesquisas do BC. Em 2019, 76,6% dos pagamentos registrados nos diários, independentemente do valor, haviam sido realizados com dinheiro. Em 2023, esse percentual diminuiu para 40,5%. O Pix foi utilizado em 24,9% dos pagamentos, tornando-se o meio mais utilizado pela população, após o dinheiro.
Quando questionadas sobre os meios de pagamento preferidos, 64,9% das pessoas citaram o Pix. Para 55,7% dos entrevistados, o dinheiro ainda é o preferido. Além disso, o Pix ocupou grande fatia dos pagamentos que costumavam ser feitos em dinheiro, respondendo por 25% da quantidade total de pagamentos da população e sendo o meio mais utilizado para pagar diversos tipos de despesas, tais como serviços financeiros, lazer, moradia e educação.
O avanço no uso do Pix está ligado ao fato de que ele atende ao que é considerado importante para um meio de pagamento, sob o ponto de vista dos usuários. Para 87% dos respondentes, o Pix é imbatível em segurança, facilidade de uso e de acesso e aceitação. Até por isso, o Pix foi apontado como meio de pagamento para todos os tipos de transação, tendo presença similar nas diversas faixas de valores. No entanto, à medida que aumenta o valor do pagamento, o uso do dinheiro torna-se menos frequente.
Do ponto de vista dos estabelecimentos comerciais, o Pix também foi o meio de pagamento mais lembrado, com 69,5% de menções. Já o dinheiro foi citado por 64,4% dos entrevistados. Os comerciantes afirmaram preferir o Pix ao dinheiro em espécie para receber por suas vendas. O pagamento instantâneo já é aceito em quase todos (97%) os estabelecimentos comerciais, assim como o dinheiro em espécie (98%) e cartões de débito e crédito (96%).
E mais: 65% dos estabelecimentos afirmaram estimular o uso do Pix, com 27% dos
estabelecimentos oferecendo benefícios (como descontos, frete grátis, cashback, brindes, etc.) para quem paga dessa forma. Dos comerciantes, 76% deles recebem Pix via QR Code, sendo 61% com o QR Code em tela do sistema de vendas, da “maquininha” ou impresso, e 15% ofertando apenas o QR Code impresso.
Os dados foram coletados entre outubro e novembro de 2023, por meio de pesquisas quantitativas com 1.500 indivíduos e 600 estabelecimentos comerciais. Além disso, foram coletados 1.228 diários de pagamento, em que os entrevistados foram convidados a registrar todos os pagamentos e transferências realizados no período de uma semana. A novidade da pesquisa em relação à 1ª edição, realizada em 2019, foi o foco no uso do Pix.