Pix movimentou R$11 trilhões no ano passado e deve se expandir em 2023

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O segundo ano de existência do Pix foi marcado por inúmeros indicadores de sucesso. Além de se consagrar como meio de pagamento favorito no país, o sistema brasileiro de transações instantâneas já havia demonstrado seu potencial ao atingir a marca de 523 milhões de chaves ativas. Em seu relatório mais recente, o Banco Central divulgou mais números impressionantes: em 2022, o Pix foi responsável por movimentar R$11 trilhões. No último trimestre do ano, a movimentação foi de mais de R$1 trilhão por mês, com recorde de R$1,22 trilhão em dezembro.

O valor registrado no ano passado equivale a mais que o dobro do volume transacionado em 2021 (R$5,2 trilhões). É também maior que o valor total das operações realizadas via boleto bancário no mesmo período, que foi de R$ 5,3 trilhões. Em 2022, o Pix só ficou atrás das transações TED em termos de montante transacionado: as transferências “tradicionais” movimentaram R$40,7 trilhões. Vale salientar que, apesar do valor total inferior, o Pix ainda teve um número maior de transações efetuadas: foram 24,3 bilhões de transações, contra 1,01 bilhão feitas via TED e 4,03 bilhões via boleto bancário.

Para 2023, a expectativa do Banco Central é expandir ainda mais esses números, que evidenciam a ótima recepção do Pix entre os brasileiros. A prioridade continua sendo o refinamento dos mecanismos de segurança do sistema. Afinal, o receio que alguns usuários ainda têm é um impeditivo para o uso do Pix em transações maiores. Na avaliação de Jason Vieira, economista chefe da Infinity Asset, “como há a questão da segurança por se tratar de um sistema instantâneo, o Pix tem limite baixo e transações muito imediatas, diferentes da TED. O Pix tem essa característica de ser do dia a dia, de operações de pequeno valor e muita velocidade”. 

O Pix também tende a ganhar espaço nas mais diversas áreas das finanças dos cidadãos: agora, ele poderá ser usado para pagar contas de luz. Assim determina a nova norma da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), publicada recentemente no Diário Oficial da União. De acordo com a medida, todas as distribuidoras de energia elétrica têm um prazo de até 120 dias (a partir da publicação) para disponibilizar o Pix como forma de pagamento. Vale lembrar que as outras modalidades, como débito automático e boleto com código de barras, continuam valendo da mesma forma.

Para a Aneel, essa é uma maneira de acompanhar a nova era dos pagamentos instantâneos, oferecer mais comodidade aos brasileiros e reduzir os casos de inadimplência. Em depoimento à Agência Brasil, Ricardo Tili, relator do processo na instituição, explicou: “o Pix veio para modernizar o sistema de pagamento no Brasil. […] O sistema elétrico não poderia ficar fora disso. Algumas distribuidoras já anteciparam, fizeram isso facultativamente. Então, cabe à Aneel vir regular e exigir que todas oportunizem ao consumidor essa ferramenta”.

Além disso, outra novidade envolvendo o ecossistema brasileiro de pagamentos automáticos chamou atenção nos últimos dias. Na última segunda-feira (30/01), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que uma das prioridades na agenda do Bacen para 2023 é permitir o uso do Pix para operações de crédito. Segundo a declaração, a funcionalidade deve estar disponível ainda em meados desse ano e é uma concretização de planos que já existiam.

Agora, os principais impeditivos na efetivação dos 8 projetos de lei ligados a isso são pequenas questões formais. As leis de garantia, por exemplo, receberam discretos ajustes e passarão pela avaliação do Senado. O ministro afirmou ainda que a integração do Pix a produtos de crédito faz parte do plano de estimular a abertura do mercado de crédito e a queda dos spreads.

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