Fintechs em 2025: Oportunidades globais para Embedded Finance podem ultrapassar US$ 7 trilhões em dez anos
A evolução do setor financeiro na direção da abertura de dados e da interoperabilidade tem guiado as tendências no ecossistema das fintechs nos últimos dez anos. Em 2025, esse cenário não será muito diferente. A aposta em soluções que promovam o bem-estar financeiro das pessoas foi atualizada e triplicada.
Para os especialistas em meios de pagamento e serviços financeiros, há um ganho incontestável na transição do Open Banking para o protagonismo do Open Data, ou dados abertos. Essa trilha redesenha a acessibilidade de informações financeiras e pavimenta um cenário de compartilhamento expandido, que vai muito além do mundo das finanças e das fintechs.
Todo esse contexto exige também um incremento nos requisitos de transparência e inovação. Há, cada vez mais, espaço para o avanço das tecnologias que melhoram a governança corporativa e auxiliam no cumprimento da regulamentação, também conhecida como “RegTech”. Até 2032, o mercado global de RegTech tem potencial para chegar perto de US$ 86 bilhões, com um protagonismo crescente das fintechs nesse segmento.
Essas projeções fazem parte do relatório Fintech 2025+, que contou com a colaboração da consultoria da Oxford Economics. Segundo o relatório Fintech 2025+, as inovações em pagamentos digitais e o desenvolvimento do comércio eletrônico internacional devem levar os fluxos de pagamentos internacionais ao patamar de US$ 290 trilhões até 2030.
Dados acessíveis e transparentes
Na última década, o Open Banking inaugurou a era da abertura e da interoperabilidade, principalmente na Europa, no Brasil e nos Estados Unidos. Essas jurisdições adotaram estruturas que permitiram a provedores terceirizados o acesso a dados financeiros mediante o consentimento dos clientes. A evolução desse cenário tem cruzado o caminho do ambiente Open Data, ou dados abertos, redefinindo a acessibilidade às informações financeiras por meio de fintechs.
A revolução do Open Banking e do Open Finance está aprimorando os princípios da transparência em um alinhamento natural com o ambiente de dados abertos. Um dos reflexos desse alinhamento é a disseminação desses modelos para além do mundo financeiro, incluindo dados governamentais e informações extraídas de pesquisas científicas. Essa dinâmica também cria oportunidades para fintechs desenvolverem novos produtos e serviços. Outra consequência natural é o fomento ao desenvolvimento de aplicativos e pesquisas em inovação para diversos campos.
O progresso da cultura de dados abertos vai influenciar o compartilhamento e uso dessas informações em múltiplos setores, a exemplo do que acontece no mundo das finanças. A tendência é que o ambiente de abertura e colaboração seja mantido, abrindo espaço para a inovação.
Toda essa evolução, no entanto, vai depender de estruturas regulatórias robustas, investimento em tecnologia e atitudes sociais que quebrem as barreiras para o compartilhamento de dados.
A dobradinha das fintechs com Embedded Finance e BaaS
Os serviços financeiros foram repaginados com a adoção das finanças integradas, também conhecidas como Embedded Finance. A incorporação de serviços financeiros em produtos ou plataformas de terceiros que não são necessariamente empresas financeiras ganha cada vez mais força, com base em conceitos como Open Banking, Open Finance e Banking as a Service (BaaS).
A dobradinha das finanças integradas com o BaaS gera um grau de conveniência e acessibilidade capaz de libertar os usuários das limitações intrínsecas ao ambiente bancário tradicional.
Não por acaso, estima-se que as oportunidades globais para finanças integradas atinjam US$ 7,2 trilhões na próxima década. Esse volume corresponde ao dobro do valor combinado dos 30 maiores bancos do mundo atualmente, segundo o relatório Fintech 2025+.
De acordo com a Juniper Research, a receita da plataforma BaaS em todo o mundo ultrapassará US$ 38 bilhões até 2027. Em 2022, a receita para essa plataforma somou US$ 11 bilhões. A expectativa de crescimento de 240% é atribuída à capacidade do BaaS de aprimorar as conexões entre marcas e clientes por meio de experiências bancárias e de pagamento integradas.
Fintechs e RegTechs: a revolução da conformidade regulatória
Em 2023, o mercado envolvendo o conjunto de tecnologias utilizadas para auxiliar empresas a cumprirem requisitos regulatórios e de conformidade, também chamado de RegTech, representou US$ 12,82 bilhões. A escalada desse mercado, liderado por fintechs disruptivas, comporta projeções bem otimistas. Estima-se que ele atinja US$ 85,92 bilhões até 2032.
As soluções de RegTech abrangem processos e regulamentações para combater a lavagem de dinheiro e proteger os usuários de transações fraudulentas. Esse ecossistema inclui o uso de inteligência artificial (IA) para triagem de sanções e monitoramento de transações. São avanços tecnológicos que alargam os horizontes de conhecimento de clientes, refinam processos de triagem e aprimoram mecanismos de detecção de fraudes.
Como fintechs e bancos estão na batalha contínua contra fraudes
Com o aumento dos pagamentos online, o mercado global de monitoramento de transações pode representar US$ 34 bilhões até 2033. No combate a fraudes, bancos e fintechs têm montado um arsenal tecnológico com estratégias cada vez mais inovadoras. Esse conjunto inclui ferramentas para validação de identidade e documentos, monitoramento de transações, autenticação biométrica (como reconhecimento facial e digitalização de impressão digital), entre outras tecnologias.
As soluções combinam aprendizado de máquina e IA para analisar grandes quantidades de dados na detecção de padrões e prevenção de comportamento fraudulento. Recursos de geolocalização e impressão digital de dispositivos também ganham força na detecção de dispositivos comprometidos. O uso do blockchain também é mais um aliado para reduzir os riscos de fraude em transações financeiras.